Crónicas de uma vida a dois

O Amor é mais do que admiração. O amor não vive apenas daquilo que um acha "belo" no outro e o entusiasma. Também não vive apenas daquilo que um tem do outro. O amor é mais do que admiração pela beleza, inteligência ou força, mais até do que a paixão pelo outro. Pode acontecer que alguém se sinta sexualmente excitado por esta ou aquela qualidade fisica do parceiro ou esteja apaixonado por uma determinada conduta psiquica - o amor é mais do que um sentimento fisico-psiquico. Também pode ser tudo isso, mas ultrapassa em muito o âmbito das qualidades atraentes e formas de conduta.

Quem ama, ama sobretudo a essência do outro, aquilo que o outro é e o que podia ser, e também se interessa, pelo seu espirito.

O grande amor. Será que ele existe? Sim. Em que se baseia então? Sem dúvida também no facto de duas pessoas se "adequarem"fisica, eqpiritual e mentalmente. Todavia, cada vez acontece com mais frequência que um par destes viva de maravilha em maravilha e apesar disso não se conheça entre si. Ou seja: mesmo quando existe o pressuposto do grande amor, o seu desenvolvimento e manutenção não oferecem de forma algumas certezas. O seu crescimento depende de outros factores: da constante atenção e permanente franqueza.

Também há o grande amor se a vida de um par não tem um começo explosivo como o daqueles que parecem "feitos um para o outro"? Claro que sim. E porquê? Porque o amor, como tudo na vida, não é estático, mas dinâmico. E por esse motivo também aqueles que, com o correr na vida, vão descobrindo o amor que sentem um pelo outro podem viver em comum, como se "fossem feitos um para o outro".